Numa granja, havia um frango que se destacava dentre todos os outros pela coragem, pelo espírito de aventura e pela ousadia. Não tinha limites e andava por onde queria, mas o dono não apreciava essas qualidades.
Um dia, vendo que nada o segurava dentro da granja, resolveu puni-lo. Fincou um bambu longe da granja, no meio do pomar, arrumou um barbante e amarrou o frango. De repente, o mundo tão amplo que a ave tinha foi reduzido a uma distância à qual o barbante lhe permitia chegar. De tanto andar em círculo, a grama, que era verde, foi desaparecendo e ficou somente a terra.
Depois de um tempo, o dono, acreditando que o castigo já estava dado, pois o frango, que era tão inquieto e audacioso, havia se tornado pacato e desinteressado, cortou o barbante que lhe prendia o pé e o deixou solto. Agora estava livre, poderia ir aonde quisesse. Mas, estranhamente, o frango, mesmo solto, não ultrapassava o limite que lhe havia sido imposto. Só ciscava e andava dentro do círculo que criara. Olhava para o lado de fora, mas não tinha coragem suficiente para se aventurar e sair do seu espaço. Preferiu ficar do lado conhecido. Com o passar do tempo, envelheceu e ali morreu.
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